Me parecia um estranho, mas um recém encontrado de um amigo distante.
- Você mudou os móveis.
Seu rosto fino, mais maduro, parecia descompassado com o desgaste do tempo.
- Senti sua falta.
E sua passada o pôs a centímetros de meus olhos recém-abertos.
- Você sentiu a minha?
Parecia tão impróprio.
- O que te trás aqui?
- Você.
- Eu nunca fui uma causa.
E, calmamente, suas mãos contornaram as curvas que antes eram comuns, mas que agora eram estranhas e não próprias.
- O que você tem feito por aí?
0 toque daquela barba rala me desarmou por puro luxo da tentação e aquele sabor seco do beijo interesseiro me desfez em duas.
- Eu quero você.
As mãos cansadas caíram sobre os seios que reagiram felizes ao toque.
- Não, por favor.
Mas já era tarde.